Ser Ferrarista
O que isso significa?
(Foto: Renan Collodoro)
Hoje vou contar um pouco sobre essa minha paixão pela marca de carros mais expressiva que existe, que não produz apenas carros, produz sonhos. Sonhos que podem ultrapassar qualquer barreira, que deixam as pessoas em transe e os faz torcer o pescoço ao ver um carro da marca do Cavalo Rampante passar.
A paixão por uma marca como a Ferrari nasce cedo, quando ainda somos crianças e ficamos hipnotizados com a beleza dos carros e o brilho do vermelho, que reflete tudo que está a sua volta, despertando o brilho nos olhos e a sensação de estar diante de algo único.
A Ferrari, além da sua história, marca pela lembrança da primeira vez que se escuta o ronco do motor, lembro por muitas vezes, ainda novo, que meu pai me levava em uma avenida de São Paulo que tinha a primeira loja da Ferrari, meio escondida em uma praça, mas o suficiente pra fazer eu perder dias e dias pedindo pro meu pai passar mais uma vez na frente, pra eu poder ver de perto aquilo que um dia eu iria torcer e ter como uma das metas da minha vida.
A Ferrari produz artesanalmente suas preciosidades e passar perto de um carro desses é como estar diante daquele artista que você tanto gosta, mas ao mesmo tempo, é diferente, a ponto de quando você vê uma Ferrari de perto você se curva, coloca as suas mãos pra trás pra poder chegar o mais perto possível sem encostar, pois parece que encostar em um carro desses é como colocar a mão em algo proibido, mas nesse caso é algo proibido pela sua beleza e exclusividade.
E é nessa hora, quando você chega mais perto desse mito que você consegue perceber suas linhas exclusivas, suaves e marcantes. Ainda lembro, como se fosse ontem, a primeira vez que me deixaram entrar em uma Ferrari, era uma F355 modelo 97 com câmbio F1 e escapamento Challenge. Institivamente já falei ao proprietário todas as características do seu carro, principalmente quando ele ligou o carro e eu escutei um barulho mais forte, muito mais alto e bonito do que já é comum em uma Ferrari. O prazer máximo veio quando ele falou para eu sentar ao lado que iríamos dar uma volta, foi uma volta curta, mas que me fez sentir o que é uma Ferrari, ver todos olhando para quem está dentro do carro, curvando o pescoço e falando alguns palavrões quando avistavam o carro, ali tive certeza que escolhi a marca certa pra gostar.
Como muitos anos ia todos os sábados na loja da Ferrari, consegui ver alguns dos carros mais exclusivos da marca, como a F40 e F50. Se chegar perto de uma Ferrari que é produzida em linha já nos deixa bobo, ver um carro ainda mais exclusivo, onde poucas unidades foram fabricadas, e que no Brasil possuía apenas um exemplar, é de tirar o fôlego. A F50 é curiosa, desperta as mais variadas reações, dos que gostam ou simplesmente odeiam, mas tenho certeza que esses que odeiam, odeiam por um único motivo, a de nunca poder ter um carro como esse.
Até hoje quando eu vejo uma Ferrari, meus olhos brilham, meu coração acelera e continuo batendo fotos, por mais que eu já tenha milhares de fotos de todos os modelos, sempre que vejo não percebo, mas já estou com a câmera na mão pronto para pegar os melhores detalhes do carro e fazer sempre um vídeo com o barulho inconfundível do seu motor, uma sinfonia para os ouvidos.
Sinfonia apenas pelo fato de muitos proprietários nem ligarem o som dos seus carros para continuar ouvindo o barulho do motor, que penetra nos seus ouvidos como notas musicais e a cada troca de marcha, essa sinfonia fica mais alta e mais harmoniosa para ser apreciada. Não tem como ser diferente, uma Ferrari encanta a todos que apreciam carros e até aqueles que não entendem, mas sabem o que é uma Ferrari.
Por fim, ser Ferrarista é algo que vai muito além de um simples ato de fanatismo, é mais forte, é como se fosse uma religião e que toda vez que uma Ferrari passa você se curva diante dela, apenas para vê-la melhor e deixar guardado na memória, para sempre.
Nenhum comentário:
Postar um comentário